Alguns biólogos podem dizer que todo ser vivo tem 2 scripts básicos: sobreviver e reproduzir. A idéia do fim do mundo entra em choque direto com essa instrução. Para aqueles que já viveram o suficiente para cumprir pelo menos um destas metas (vida sexual ativa) a ameaça de um fim definitivo pode ser menos ameaçador do que para alguém que ainda não chegou nesta fase.
O sexo do fim do mundo
Parodiando o seriado Seinfeld, cujos protagonistas categorizavam a qualidade dos atos sexuais de acordo com situações como sair da prisão e fazer as pazes depois de uma briga de casal, o sexo anterior ao fim do mundo tb teria suas vantagens de total descompromisso e temor em relação ao futuro (que deixa de existir). Uma idéia bizarra de prazer, orgasmo e liberdade exagerada em contraste cruel com a destruição e catástrofe eventualmente iminente. Liberdade, falta de compromisso e vazio, mais uma vez perfeitamente identificados com a idéia que nossa sociedade de consumo construiu em relação a adolescência.
Eros e Thanatos / Ying e Yang
Decadas atrás li um livro de Herbert Marcuse - Eros e Civilização - que explicava o conceito freudiano de Eros e Thanatos, deuses do prazer e da morte na mitologia greco-romana, convivendo lado a lado e com uma interdependência carnal, profunda e inevitável. Uma interligação que poderia ser explicada desenhando o Ying Yang, fundamento do pensamento chinês e da cultura oriental, a roda das forças e energias opostas, se complementando onde uma origina e surge da outra, um ciclo infinito de conflito e convivência, de nascimento e morte.De certa forma o inicio da busca e necessidade da companhia de Eros, da vida e do amor, explicaria a quase obrigação da mente jovem precisar de um encontro com Thanatos, da existência de um fim do mundo com dia e hora marcada, valorizando a urgência do sexo e da reprodução. Com um fim, um prazo claro, definido e definitivo, tudo vira incentivo pro jovem ultrapassar as barreiras da feíura, limitação, falta de auto estima, obesidade, timidez, inadequação, ignorância, pobreza, bafo de onça, espinhas, voz fina ou qualquer outro trauma diminuido ao seu real tamanho diante do apocalipse.
Por este raciocínio, se não foi Nostradamus e o cometa Halley no ano 2000, serão os Mais e as explosões solares em 2012, e se não for em 2012, com certeza uma nova data será agendada por alguma profecia, civilização e causa. Concordam?
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